quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Visita ao Jardim Botânico Adolpho Ducke

O que é o Adolpho Ducke?


O Jardim Botânico de Manaus Adolpho Ducke foi criado em 2000, pela Prefeitura de Manaus em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas – INPA, com o objetivo de buscar alternativas para conter o avanço da ocupação desordenada – invasões – na zona leste de Manaus e proteger as florestas da região. A missão dos jardins botânicos é aumentar o conhecimento do público em geral quanto à importância das plantas para o homem e suas futuras gerações.
Ocupa uma faixa de 5km², correspondente a 5% da área total da reserva Florestal Adolpho Ducke. Seu principal acesso é pela Av. Uirapuru, caminho para a cidade de Deus.
O Jardim possui um centro administrativo, biblioteca, lanchonete, estacionamento e trilha ecológicas que percorrem cerca de 3 quilômetros, permitindo o acesso dos visitantes aos diferentes ecossistemas da região. Ao longo da trilha, existem diversas árvores identificadas, como por exemplo: Copaíba, louro-chumbo, bauhinia, acauriana-roxa, pau-rainha etc.

Visita
O Jardim Botânico está aberto para visitas de terça a domingo, das 8 às 15 hr. A administração pede que o agendamento prévio para grupos escolares e visitas de grande número de turistas, com o objetivo de atender melhor o público. Também é oferecido serviço de guia especializado, como ornitólogos e botânicos.
A saída ao passeio foi atrasada, saímos às 9:15 do dia 28/06/2007 (quinta-feira). A turma estava incompleta, pois tivemos a ausência de alguns alunos, mais foram poucos.
Descrever a ansiedade que era chegar ao local da visita é impossível, apesar da demora do ônibus, os alunos tiveram ainda mais vontade de ir ao Jardim Botânico, a alegria era total.
Passamos por diversos trechos da zona-leste de Manaus, até que ao chegarmos às 9:30, notamos o ambiente ao nosso redor começar a mudar, como tivéssemos saindo de um mundo para o outro, a sensação foi muito boa. A sensação de pleno contato com a natureza, com a Amazônia.
Logo ao entrar no Jardim Botânico tivemos algumas informações bastantes importantes e curiosas para o nosso percurso pelo jardim. Uns dos principais atrativos são as trilhas, os animais silvestres (como cutia, macaco etc), esses animais são ariscos, e por isso é fundamental o silêncio para podermos encontrá-los durante o percurso.
Formos divididos em grupos, sendo que tivemos que nos juntarmos com o outro grupo de pesquisa.
Encaminhamos-nos às trilhas com a guia Claudeci Araújo, uma pessoa bastante extrovertida.
Claudeci explicou-nos que o Jardim Botânico era divido nas seguintes trilhas: amarela com 835,20m, vermelha com 585,40m, lilás com 203,40m, verde com 624,40 m e a trilha preta.
A guia nos explicou também que a maior dificuldade para manter a reserva era a falta de fiscais e entre outras coisas que poderiam ser evitadas se o Jardim tivessem ajuda financeira do governo e outros. Na reserva a fiscalização não é o bastante para combater os intrusos, e manter o equilíbrio do jardim, como um ambiente natural e raro. Há apenas 4 agentes da Marshal Segurança ao redor da reserva para fiscaliza-la, que é quase impossível, pois, a reserva é extremamente extensa. Os intrusos quase sempre vêm interessados a retirar cascas de arvores raríssimas de si encontrar, por causa do rico e precioso espaço medicinal que nossa Amazônia oferece.
Nosso incrível passeio de pesquisa teve inicio na trilha amarela, a maior de todas. Logo deparamos com algo bastante interessante, uma casa de cigarra, e o que é mais impressionante é que ela é bastante profunda, além de tudo as cigarras são animais que saem para cantar e ficam durante 7 dias cantando, depois a cigarra morre, mais vão sempre se renovando, pois a natureza é fantástica. A casa de cigarra que vimos e outras chegam a durar 2 há 15 anos dependendo do local.
Logo no inicio da trilha também nos deparamos com algumas plantas raras e belas, tais como as orquídeas, bromélia.
Notamos que o inicio do percurso à trilha, há uma grande quantidade de árvores de cecrópias, tipicamente chamadas de embaubeiras. As cecrópias são comidas típicas das preguiças, além de servir para chás medicinais.
O solo amazônico é muito pobre que devido a isso, há uma grande quantidade de árvores com suas raízes expostas na terra.
Encontramos também árvores quase extintas como, a cocoloba, que possui a maior folha da Amazônia (sua folha chega medir 2 metros e meio, é uma árvore extremamente bela), a cariquara-branca (uma árvore quase extinta), faveira amaroca (é utilizada para capturar pássaros da Amazônia) solta uma resina branca parecida com o leite da seringueira, é uma árvore muito apreciada pelos caçadores, pois a resina que saem da árvore serve como um tipo de cola, que fixa nas coisas, que ajuda a capturar passarinhos. O que chamou-nos bastante atenção foi uma imensa árvore de araba-preto caída ao lado da trilha. Descobrimos que essa árvore era utilizada como refúgio para negros e índios, pois ela é bastante oca.
Passamos por diversas árvores de lei, como, a itaúba, o breu branco (uma árvore que solta uma resina com cheiro bastante agradável), a preciosa, a muirapuama (é o "viagra" do Amazonas), uma árvore que é bastante explorada pelos visitantes ou penetras.
Encontramos o tão pesquisado, o telefone de índio, a árvore de urucurama que é utilizada como forma de comunicação dos nativos na região.
O importante desse passeio foi poder conhecer bem de pertinho arvores raras e tão popularmente faladas, tais como, a copaibeira (utilizada como remédio), louro-pirarucu, angelim-rajado, pitomba – do- mato. E o que chamou-nos bastante atenção ao caminharmos pela trilha verde, foi o símbolo do jardim, o agelim pedra, uma árvore que possui aproximadamente 500 anos de idade, é algo fantástico que a natureza deu ao homem.
Além do pau-rainha, encontramos outras espécies ameaçadas de extinção como, a acauriana-roxa, violeta, louro-chumbo, bauhinia.
Depois desse empolgante percurso chegamos a trilha vermelha, nela estávamos na reta final da nossa excursão. Na trilha encontramos árvores como, o agenlim-rajado, jitô-vermelho, louro-preto, carapanaúba-preta (utilizada para evitar gravidez e a emagrecer), encontramos pelo caminho diversas castanhas de macaco.
Além de tudo, quase nem percebemos que ao sair de cada trilha o solo ia mudando, nessa última trilha, o caminho era como uma ladeira.
Estarmos tão entretidos na observação do espaço ao nosso redor, que nem percebíamos que estávamos ao fim da excursão que foi bem aproveitada por todos.
Saímos da trilha às 11:10, durante as horas que percorremos as trilhas, foi mais que uma excursão, foi uma verdadeira aula de conscientização, ou seja, nós nos envolvemos com a natureza e saímos com outro pensamento, o dá valorização da nossa terra.
E podemos dizer com toda a sinceridade, que essa visita ao jardim, foi a melhor coisa que nos aconteceu nesse ano, pois tivemos contato com a Amazônia, e cada minuto que passamos dentro do local aproveita intensamente, como uma forma de retribuir a nossa mãe natureza, o que ela fez com tanta perfeição.